Saímos cedo de Quioto naquela manhã fria. Tomamos o trem para Nara e de lá para Ikaruga (斑鳩 町ou Ikaruga-chō). A cidade estava silenciosa, com poucos transeuntes nas ruas além de nós dois: Léo e eu. Não tínhamos pressa. Queríamos sentir aquela sonolência meio frouxa que a cidade de Ikaruga transmitia.
+ Pegando o trem em Kyoto e chegando a Ikaruga
Pelas ruas de Ikaruga

Pelas ruas de Ikaruga
Composta de ruas estreitas, muitas vezes sem calçada, com casas de estilos arquitetônicos variados e múltiplos tamanhos, cercada de montanhas, Ikaruga não é exatamente uma cidade bonita, mas tem seus momentos de muita e exagerada fofurice. Por ser diferente do que já tinha visto até então por aí, mundo afora, ela aguçou a minha curiosidade.
Fofurice

Flores que conferem vida à casas fofas

Faixa para pedestre pintadas nas ruas

Ikaruga não é exatamente bonita, mas tem seus momentos de beleza
Em algumas ruas, vi casinhas muito fofas. Como não havia calçada, andávamos numa faixa estreita desenhada na rua. Tive receio de atropelamento, mas ao que parece isso não acontece e ninguém atropela ninguém.
Muito comum vermos flores na porta, enfeitando e conferindo vida às moradias locais. Eles cuidam muito dos detalhes. Eu bem que queria ter entrado em umas destas casinhas para ver como elas são por dentro, com funciona seu interior.
Habitantes de Ikaruga

Senhorinha passeia com seu cachorrinho pelas ruas de Ikagura
Ikaruga é uma cidade no distrito de Ikoma, Nara. Pequenina, em 2015 possuía pouco mais de 27.000 habitantes. Parece mais uma vila do que uma cidade. Em minha curta perambulação por Ikaruga, vi uma quantidade significativa de idosos ativos, ocupando os espaços.
Eu admiro imensamente as cidades cujos habitantes envelhecem bem e com dignidade. Gosto de visitar lugares onde encontro uma população envelhecida apropriando-se de suas vidas e não se entregando ao ostracismo.
Rota de evacuação

Rota de evacuação
Uma curiosidade em Ikaruga: vimos aqui e também em outras cidades japonesas e do mundo, placas em locais públicos, indicando zonas de evacuação. Orientação em caso de alguma catástrofe natural como terremoto.
Como vivo em uma cidade cujas catástrofes são de outra natureza, mapas assim costumam chamar a minha atenção e não sei bem se me deparar com elas me causa uma sensação de segurança ou de insegurança.

Oratórios embrenhados comodamente entre casas
Encontramos ainda pela cidade estruturas interessantes que nos pareceram pequenos oratórios, tão comodamente instalados entre casas residências e comerciais, fazendo parte da vida íntima e cotidiana de Ikaruga. Eles marcaram a paisagem.
A comunicação

Vagueando por Ikaruga
Caminhando por Ikaruga encontramos uma pequenina loja de esportes. Entramos. Lá dentro uma quantidade impensável de camisas de futebol. Léo é aficionado por camisas de time e as coleciona. Parece que quanto mais obscuro o time, mas ele aprecia.
Ele tentou comprar a camisa do time da cidade, mas não estava à venda.
Eu fiquei em um canto observando a interessante cena: Léo falando um pouco em português, um pouco em inglês e muito com as mãos e um senhorzinho de 251.376 anos, com suave sorriso no rosto e muita paciência, falando comedidamente em japonês respondendo às inúmeras perguntas de Léo.
Não pude deixar de me encantar com aquela comunicação.
Horyu-ji

Complexo de templos Horyu-ji
O nome Ikaruga se deve ao Palácio do Príncipe Shōtoku-Taishi, Ikaruga-no-Miya (Palácio Imperial de Ikaruga, ou Casa Imperial de Ikaruga), cujas bases estão em Horyu-ji, no complexo de templos considerado o berço do budismo japonês.
É comum, por conta disso, as pessoas se referirem a Ikaruga como Horyu-ji. Foi para este importante complexo, guardião de parte do passado japonês, que nós nos dirigimos naquela manhã.
O Japão e sua cultura me encantam!! Ainda não conheço, mas sou um pouco como vc, gosto das cidades pequenas, com poucos turistas e mais locais!!
oi Aline… acho que assim a gente consegue respirar mais a cidade, ver mais de perto né?! bj
Essa cidade me lembrou bastante onde eu moro Ana, aqui é um local onde moram vários idosos, por conta da água milagrosa, também admiro muito locais que guardam suas raízes e ajudam as pessoas a envelhecerem, o Japão parece ser um desses lugares, é admirável, quero muito conhecer um dia!
oi Flávia… qual o nome da cidade?! Fiquei curiosa! Gosto muito de cidades “envelhecidas”. Adoro vistar lugares: restaurantes, bares, cafeterias cheias de senhores e senhoras. Acho isso um sinônimo de respeito! 🙂 Eu vi muitos idosos pelas cidades onde passei no Japão e a maioria deles circulando, ocupando os espaços. O máximo né?! bjus
A Japão e sua cultura milenar me encanta, tenho muito vontade de conhecer o país estou aguardando seu post para ler de novo quando for para lá.
oi Christian… muitos posts ainda virão sobre esse país que afirmo com muita convicção, tornou-me uma viajante melhor, mais interessante e interessada. 🙂 bjs
Gostei bastante do post, em especial porque volte há pouco do Japão. Não conheci essa cidade, mas o Japão tem tantos lugares para conhecer!
oi Lulu… é quase impossível conhecermos todas as cidades de um país. Pelo menos não em uma única viagem né?! Eu conheci menos cidades do que gostaria no Japão, mas as que conheci foram muito especiais. 🙂 Por onde você andou por lá?! bjs
Amei as fofuras também! E a placa de evacuação, rssss, a primeira que vi na vida foi em Pucon, no Chile, e confesso que dormi com medo no primeiro dia. Mas como tu bem disseste, nossos perigos por aqui são outros e bem mais eminentes. Ah, também amo lugares que respeitam os idosos e onde eles podem envelhecer com qualidade. Temos muito a aprender ainda por aqui sobre isso. E o teu marido se comunicando, ah, que legal estas experiências né? Beijos.
Uma delícia estas fofuras né Michela?! O Japão foi mesmo uma viagem sensorial como estas conversas que tivemos aqui e acolá com o povo. Muitas historias boas nos renderam esta viagem! ehehe
A primeira vez que vi uma placa dessas foi no Chile também, mas em Viña del Mar e depois no México, mas elas sempre me causam um vago temor. rsrsr
Ah! Nada como uma cidade que envelhece bem né?! beijocas
Eu teimo em falar e ler o nome dessa cidade errado, não sei porque. Ikagura, Ikagura… ela me pareceu uma vila de pescadores, com essas ruas sem calçada. Mas não vi nenhum mar perto, só talvez um Rio, pelo mapa de evacuação – também não sei o que sinto vendo esses mapas.
Fiquei curiosa de saber do que vive Ikaruga? Uma cidade tão pequena e com tantos idosos me deixou curiosa.
rsrsrsrrs Eu também, não sei a razão, a chamei assim por bastante tempo…
Pelo que pude apurar, desde sempre vive do turismo, pois abriga o complexo Horyu-ji. 🙂 bjs
Ano que vem temos planos de conhecer o Japão, está bem cotado em nosso bucket list. Porém Ikaruga eu jamais houvi falar. Bom ir sabendo mais! Parabéns pelo post.
oi Lucas… Que coisa boa! Na torcida para que tudo dê certo! Talvez você conheça Ikaruga por Horyu-ji. Muita gente chama a cidade assim por causa do complexo de templos budistas que ele abriga. Tem texto aqui no EPM falando sobre ele. bj
Adoro conhecer lugares assim. Dá uma sensação gostosa de “pausa” na correria das férias. Parabéns pelo post!
É verdade Jessica. Fora que podemos observar e sentir melhor os lugares! 🙂
Adorando esses posts sobre o Japão! Nunca fui (mas pretendo!) para lá, mas eu imagino que é um choque de cultura forte… estamos tão acostumados a valorizar o novo que essa deve ser uma viagem para se repensar muita coisa 🙂
oi Sonia, fico muito feliz em saber que está gostando de viajar comigo para o Japão. Tomara que você vá em breve! Sim, é um choque cultural grande. Pelo menos eu achei! 🙂 Eu aprendi muita coisa com certeza!!!!! 🙂 bjs
[…] Quioto em uma determinada manhã com direção a Nara. Lá descemos e tomamos outro trem para a Vila de Ikaruga, onde visitamos o complexo de templos budistas Horyu-ji, primeiro Patrimônio Mundial do […]
As cidadezinhas do Japão são uma graça! Passei por algumas quando visitei e fiquei encantada. E como os japoneses são acolhedores (da maneira deles rs). Também vi muitas placas de rotas de fuga para casos de tsunami.
oi Fabia… eu fui muito bem recebida no Japão! Concordo contigo que eles acolhem e recebem bem o turista, dentro da nossa limitação de idiomas e gestos né?! bjs
Muito legal o seu post. Não conheço o Japão, mas deu vontade de colocar na minha lista de desejos. Essas cidadezinhas pequenas são um encanto e ótimas para se explorar.
oi Ana… verdade né?! Eu adoro cidadezinhas como Ikaruga! Coloque sim o Japão em sua lista. É um país muito rico! 🙂 bjs
Essas dicas são ótimas, adorei! Já está anotado aqui para quando eu for! Com certeza é uma cidade bem diferente e um encanto, ótimo para explorar tudo.
oi Rafaella… San Martín é uma cidade adorável! 🙂 bj