Sem rumo ou destino éramos Léo e eu naquela manhã fria de outono por Siena. Havíamos chegado cedo, desde Florença e já tínhamos passeado pela Piazza del Campo, onde bate o coração deste velha senhora e a Piazza del Mercato que me deu lindas perspectivas da cidade.
Em muito pouco tempo eu já estava completamente rendida e apaixonada por esta belíssima cidade. Tudo nela me parecia imperfeitamente perfeita. A cada passo ela se mostrava ainda mais deslumbrante para mim. Suas cores eram maravilhosamente bonitas, terrosas, fortes.
Veja como chegar em Siena desde Florença:
Por Sena Julia sem rumo ou destino

Pelas ruas sem calçada de Siena

Explorando Siena
Ainda tínhamos algumas horas pela frente e muita coisa para descobrir desta dama, antiga, vivida e vívida, que já foi uma colônia militar romana chamada Sena Julia.
Siena é uma das cidades mais sedutoras que eu já visitei. Subimos e descemos ladeiras. Passamos por ruas sem calçadas, estreitas muitas vezes, com prédios não muito altos, gastos, usados, puídos, com muitas camadas de vida descascadas de um lado e de outro.
Outono italiano

Ladeiras e charme

A luz e as ruelas
Havia ruas com pouca luz e ladeiras muito inclinadas. Às vezes tínhamos que nos encostar aos edifícios, costas firmemente apoiadas nas paredes para dar passagem a um carro. Às vezes uma moto desembestada nos assustava.
Cruzávamos com outros transeuntes ocasionalmente, mas Siena não me pareceu uma cidade de multidões. Pelo menos não em uma segunda-feira fria do outono italiano. Imagino que no verão tudo deva ter outro colorido, outros sons, outro ritmo. Fiquei pensando como seria morar naqueles prédios tão antigos.
Siena foi inteiramente nossa
- Sem rumo…
- …ou destino
Entretanto, durante aquele dia em que passamos em Siena, na maior parte do tempo ela foi inteiramente nossa. Pude observá-la e absorvê-la em meu (lento) tempo, sentir a energia daquela cidade velha e ir me encantado a todo instante.
Eu já não me pertencia, já não era eu mesma. Estava misturada, vibrando, inserida naquela paisagem urbana, sentindo a quietude pronunciada quebrada de tempos em tempos, por passos e pelo delicioso cantar do idioma italiano falado por algum morador. O mundo inteiro para mim, naquele momento, se resumia às estreitas ruas de Siena.
O comércio

O colorido da Via di Città
As ruas principais estavam cheias de lojas, mercearias, restaurantes e cafés, mas muita coisa já estava fechada àquela época. Disseram-nos que por aqueles lados era comum que alguns estabelecimentos fechassem durante algumas semanas ou meses, na época mais fria e de pouco movimento turístico.
O gótico Palazzo Chigi_Saracini

A Via di Città

Moedas e sonhos

O poço e o palazzo medieval

Instituto de Música
Na Via di Città, encontramos uma porta, aberta. Como não resistimos a uma porta, nos convidamos a entrar e caímos em um pátio com um banco comprido ao fundo, colado em um paredão, além de um poço cheio de moedas que com certeza representavam o sonho das pessoas que as jogaram ali.
No interior desse edifício havia portas e janelas, mas por já ser a hora do almoço, tudo estava fechado e vazio. Ali era a Accademia Musicale Chigiana fundada em 1932, pelo Conde Guido Chigi Saracini. O instituto funciona no antigo e gótico Palazzo Chigi_Saracini, construído no século XII.
A Via di Cittá

A Via di Città
A Via di Città é a espinha dorsal do centro histórico de Siena, possuindo inclusive uma leve curvatura. Antigamente era chamada de Via Galgaria pela quantidade de curtidores e sapateiros que havia ali. Atualmente está repleta de palácios mantendo seu ar medieval.
Já estávamos assim, sem rumo ou destino há um bom par de horas quando a fome chegou, sem anunciar, mas com força. Saímos então em busca de um local para almoçarmos. A cidade seguia fria e com pouco movimento.
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