Almoçamos na Adega dos Caquinhos e foi uma deliciosa experiência gastronômica. Saindo de lá, resolvemos explorar mais um pouco as ruas medievais do Centro Histórico de Guimarães.
Àquelas horas as ruas estavam vazias, o silêncio reinava e à medida que eu caminhava me perdia pelos enroscados sussurros do passado, em meio aquele casario bonito, singelo, antigo, testemunhas de vidas, amores, dores, nascimentos e mortes.
Espectadores do caminhar dos tempos, da evolução de tudo, das mudanças. Energia de sobra impregnava as ruas medievais do Centro Histórico de Guimarães.
Origem das ruas

Pelas ruas de Guimarães
Lembrei-me que se estamos aqui hoje, somos resultado dos povos que habitaram os lugares antes de nós. Pensei que tudo nessa vida, até aquilo que hoje é tão básico e trivial, que nem pensamos sobre isso, teve que ser imaginado, inventado antes de virar a realidade de todo mundo. Eu tenho verdadeira atração por transformações, por trajetórias.
É quase inconcebível para nós imaginarmos cidades ou povoados sem ruas, entretanto, também as suas veias precisaram ser concebidas, criadas. Os romanos teriam sido os inovadores. Não à toa, muitas cidades mundo afora ainda seguem o traçado proposto por Roma.
O nome rua aparece como via strata, justamente entre os romanos e daí vem o termo em inglês street. Contudo foram os parisienses que transformaram as antigas ruas e vielas medievais, lá pelo século XIX, transformando acanhadas e escuras ruas em largas avenidas. Sempre ditando moda.
Como seriam as cidades sem ruas? Çatal Höyük, na atual Turquia, teria sido um dos primeiros e mais antigos aglomerados urbanos do mundo, onde 8 mil pessoas teriam vivido em algum momento da existência do povoamento.
Não havia ruas ali e as casas eram amontoadas, coladas umas às outras, sem janelas ou portas, sendo o acesso ao interior das moradias feito por claraboias situadas no teto! Eu gostaria de ter visto isso de perto.
As ruas medievais do Centro Histórico de Guimarães

Pelas ruas de Guimarães
Mas, voltando às ruas de Guimarães, e seu risco medieval, não seguíamos um rumo determinado, apenas absorvíamos e vivíamos o momento, olhando o autêntico e exclusivo casario português, tão a cara desse despretensioso e por isso mesmo interessante país.
Apesar de tudo, suponho que a atmosfera daquelas ruas não era a mesma dos tempos medievais, onde elas eram mais bagunçadas, desorganizadas e sujas. Durante o dia ficavam apinhadas de pessoas, das mais variadas profissões, exercendo seus ofícios.
As pessoas ainda dividiam as ruas com animais de todo tipo como cavalo, porco, galinha… Fico só imaginando o odor terrível que não devia exalar dessas ruas, hoje tão bonitas e agradáveis.
Imundície para todo lado: excrementos humanos e dos bichos, lama, falta de higiene, água suja acumulada, esgoto a céu aberto. Não à toa a peste negra se alastrou rapidamente durante a Idade Média, causando milhares de mortes.
Entretanto, à noite, as ruas costumavam ficar silenciosas, uma vez que eram escuras pela falta de iluminação. Fiquei pensando quantas pessoas, condenadas, foram arrastados por aquelas ruas, sujeitas à humilhação pública por algum crime cometido, antes de serem executados diante de uma população geralmente barulhenta.
Pensando nisso tudo, me senti privilegiada por poder voltar aos tempos medievais, um estar, sem estar de fato, aproveitando apenas as melhores partes desse tempo.
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As ruas medievais do centro histórico de Guimarães em Portugal
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Eu A-D-O-R-E-I visita Guimarães e o que mais me encantou foi exatamente o centro histórico. Me perder pelas ruazinhas foi uma experiência incrível. que vontade de voltar…
Guimarães é uma delícia de lugar né Gabi?! O Centro Histórico é puro charme e inspiração! Eu também sinto vontade de voltar, muitas e muitas vezes. 🙂 bj
Adoro essa arquitetura assim. Deixa tudo com mais charme. As ruazinhas são lindas e pensar que elas já foram cenário de tantas histórias deixa tudo ainda mais interessante.
É verdade Pa! A Arquitetura que margeia uma rua é parte intima de sua identidade né?! E a de Guimarães é especialmente bonita! 🙂 E as histórias… ah, as histórias! São mesmo sua alma! 🙂 bjus
Adoro fazer esse passeios em partes medievais da cidade, te leva ao passado e vc imagina como era a vida naquele lugar.
Dá para viver um bocadinho da história do lugar não é?! Ainda bem que estes lugares sobreviveram ao tempo! eheheh
Guimarães é a cidade onde nasci 🙂 E ‘arrepiei-me’ quando vi o post sobre tão belo destino. Espero que tenhas amado tanto quando eu adoro a Cidade Berço. Bela partilha e fantásticos pensamentos… Desde Roma à Turquia 🙂
Obrigada Rui, pelo lindo e querido recado! Guimarães ganhou um pedacinho de meu coração. 🙂
Vou para Portugal em novembro e seus post estão me ajudando muito. Por favor não pare! rsrs
Oi Lulu… que bom saber disso!!!! Feliz demais em poder contribuir com suas memórias primarias sobre Portugal!!! 🙂
Caminhar por este tipo de passado nos remete ao passado de uma maneira tão intensa né! Eu também sou do tipo que costumo imaginar tudo que já aconteceu por aí.
Muito intensamente!!!! 🙂
Adoro cidades medievais, e adorei conhecer Guimarães enquanto morava no Porto! Não apenas por ser o berço de Portugal, mas por ser uma gracinha de cidade!
Concordo muito com o que você disse, Laura!! 🙂
Que lugar lindo, eu adoro passear e andar a esmo nas cidades históricas que visitamos.
Eu também Edson! 🙂
[…] sem rumo pelas ruas do centro histórico de Guimarães, vi uma porta, cujo interior era lindo. O lugar, uma doçaria, chamado Divina Gula (Rua de Santa […]