Numa tarde, fizemos um maravilhoso passeio pelo centro de Munique, a capital da Baviera. A cidade deve seu nome a uma abadia construída por monges (mönche) lá pelos anos de 1158, foi importante local da Contrarreforma e podemos dizer que o nazismo nasceu aqui.
É a cidade mais populosa do sul da Alemanha, com mais de 1 milhão de habitantes e a terceira do país, ficando atrás apenas de Berlim e Hamburgo.
Meia maratona de Munique

Em Munique, no ponto de tram, Leo a caminho da meia maratona
O domingo, dia da meia maratona que Léo iria correr e motivo pelo qual fomos passar o fim de semana na cidade, amanheceu garoando, com previsão de chuva durante toda a manhã. Até me preparei para assistir a corrida, que eu adoro, fui até o ponto de tram, mas desisti. Não fazia sentido ficar me molhando e durante a corrida, tudo na cidade ainda estava fechado.
Voltei para o Ibis – onde estávamos hospedados – e dormi mais um pouquinho. No fim da manhã Léo chegou, trocou de roupa e fomos conhecer a capital da Baviera: a chuva havia cessado. Como só tínhamos uma tarde e uma manhã na cidade, decidimos desvendá-la através de seus edifícios e lugares mais famosos, caminhando sempre.
Deixamos o Ibis pela Arnulfstraße, passamos pelo Hauptbahnhof – a estação central de trens – e alcançamos a Prielmayerstraße onde estão os prédios da justiça: o antigo e o novo.

Arnulfstraße em Munique
Os Palácios de Justiça de Munique
O old Justizpalast abriga o Departamento Bávaro de Justiça e a Corte Distrital I de Munique. Ele foi construído em 1890 e é um prédio belíssimo, em formato retangular, mas carregado de detalhes, com esculturas no topo, uma delas simbolizando a justiça.
O edifício foi considerado pequeno logo após sua construção e um novo, ao lado, foi erguido em 1905, em estilo completamente distinto, ainda mais bonito, com tijolos vermelhos, telhados em múltiplos formatos e um relógio adornando a lateral da torre. Atualmente no new Justizpalast estão a Corte Constitucional da Bavária e a Suprema Corte Regional.

O velho Palácio de Justiça – O old Justizpalast de Munique

O novo Palácio de Justiça – O new Justizpalast
Uma história sobre o velho Palácio de Justiça de Munique
No old Justizpalast os irmãos Sophie e Hans Scholl foram condenados pelos nazistas e posteriormente guilhotinados pela Gestapo por fazerem parte do Movimento Rosa Branca, em 1943, uma resistência pacífica à Segunda Guerra Mundial e à Hitler a quem consideravam megalomaníaco.
O grupo distribuía, mesmo com muito medo, cartazes antinazistas e pintavam paredes com os dizeres “abaixo Hitler”. Sophie foi vista por um funcionário atirando cartazes na Universidade de Munique e assim foram presos.
Movimento cotidiano

Cenas da cidade: trabalhadores chegam para trabalhar de bicicleta. Em frente, ponto de tram.
Quando estávamos por ali, admirando a arquitetura dos prédios da justiça bávara, o que chamou minha atenção, além dos edifícios, foram os funcionários que, de idades diversas, chegavam para trabalhar de bicicleta. Além disso, o tram passa em frente. Confesso que senti certa inveja dos benefícios que um povo que vive em uma sociedade organizada tem.
Deixamos os Palácios de Justiça de Munique para trás e fomos em busca de mais histórias na cidade, entrando na Karlsplatz, continuando nosso passeio pelo centro de Munique.

No cruzamento entre a Prielmayerstraße e a Karlsplatz
A Karlsplatz
A Karlsplatz (Praça de Carlos) ou Stachus para os íntimos, em formato circular. Ela recebeu o nome oficial em fins do século XVIII e hoje é uma mistura de informações. No centro podemos ver uma fonte moderna onde as crianças fazem a festa no verão, se jogando nas águas que jorram de tempos em tempos.
Do lado esquerdo da praça, para quem segue em direção ao centro, encontramos o belíssimo prédio semicircular da Osram, marca local de lâmpadas que sofreu muito na Segunda Guerra Mundial: seus maquinários foram roubados, laboratórios destruídos, projetos e pesquisas foram perdidos por conta de bombardeios e incêndios. Após o conflito conseguiu se reerguer. Na fachada podemos ler: Hell Wie Der Lichte Tag – Tão Brilhante Como o Dia.
Embora a praça seja um ponto de encontro entre os moradores e seja possível ver gente de muitos formatos e muitas cores matando o tempo por ali, o lugar é uma passagem para a Neuhauser Straße, cujo acesso se dá através do Karlstor, nosso ponto de parada seguinte, neste passeio pelo centro de Munique.

Karlsplatz

Edifício do OSRAM
Kaufhof e mais histórias alemãs
Embaixo da Karlsplatz há um shopping, grande, com muitas e variadas lojas. Muitas vezes o usamos como passagem entre a Prielmayerstraße e a Praça de Carlos para não ficarmos parados no cruzamento, esperando a sinaleira abrir.
Ali perto está a loja de departamentos Kaufhof (Karlspl. 21-24), que existe em muitos endereços em Munique e outras cidades alemãs. Ela foi fundada no final do século XIX por Leonhard Tietz, um Merchant alemão de origem judia, morto em 1914.
Com sua morte, seu filho Alfred Leonhard Tietz assumiu o comando dos negócios até 1933, quando o NSDAP (Partido Nacional Socialista dos Trabalhados Alemães) subiu ao poder e forçou a Arianização das Empresas Judias. A família Tietz, assim como muitas outras, foram obrigadas a vender seus negócios por um valor abaixo do mercado e emigrar. Com o dinheiro dos judeus, o NSDAP investiu em grandes e megalômanas obras, gerando empregos.
Com uma Alemanha arrasada pela Primeira Guerra Mundial, diante deste novo cenário, não foi difícil o partido ganhar mais e mais adeptos que juraram lealdade ao führer, considerando os judeus os inimigos da Alemanha.
As sementes da Segunda Guerra haviam sido plantadas.

Shopping subterrâneo

Saindo do shopping em direção à rua
Karlstor – entrada para a cidade velha
O Karlstor ou Portão de Carlos é parte de uma antiga fortaleza medieval, porta de entrada para o mundo mágico dos séculos passados, ou cidade antiga, que assim como a praça, leva o nome de um dos antigos príncipes eleitores, o nada popular Carlos Teodoro. Até 1791, entretanto, era chamado de Neuhauser Tor.
Na verdade ele é uma réplica simplificada do original que foi destruído na guerra. Olhos atentos vão perceber os três músicos crianças colocados ali em memória de Herbert Jensen (1900-1968), arquiteto e diretor de planejamento da cidade, que propôs a criação de uma zona peatonal: Neuhauser Straße.
A escultura dos três músicos fazia parte da antiga fonte dos peixes que se situou de 1884 até 1944 na Marienplatz e não foi reaproveitada quando a fonte foi reconstruída por Josef Henselmann em 1954. Seguimos em frente, dando continuidade ao nosso passeio pelo centro de Munique.

Karlstor – entrada para a cidade velha

Os três músicos crianças

Karlstor visto desde a Neuhauser Strasse
A Neuhauser Straße – a cidade velha
Entramos então na Neuhauser Straße (Rua Neuhauser), atravessando o Karlstor, que estava muito movimentada naquele domingo de verão, com moradores e turistas passeando. A estrutura da meia maratona ainda estava montada porque muitos corredores ainda faziam suas provas e, portanto, muitos atletas circulavam por ali.
Nesse calçadão, cuja história se confunde com a história da cidade uma vez que existe desde 1293, pelo menos, há muitas lojas como a Swarovski e Urban Outfitters, além de restaurantes. Talvez, o prédio de maior destaque nessa região seja a Igreja de São Miguel, onde entramos em seguida.

Neuhauser Strasse – Rua Neuhauser

Igreja de São Miguel

Desvendando Munique
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Passeio pelo centro de Munique na Alemanha
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