Em nossos primeiros dias em Moscou, deambulamos nos arredores da Praça Vermelha, pois para minha imensa, enorme decepção, encontramos a icônica praça fechada. Visitamos então o espetacular museu Armoury Chamber, passeamos pelo belo Jardim de Alexandre e fomos em busca de conhecer mais alguns representativos prédios russos.
Frustração: a Praça Vermelha estava fechada

A icônica Praça Vermelha estava fechada

A Praça Vermelha fechada
Curiosos, além de frustrados, tentamos descobrir a razão de a icônica praça moscovita estar fechada e quando estaria aberta novamente. Perguntamos a um sisudo policial que estava próximo à grade de contenção.
“It´s closed”, foi sua resposta, seca, em um inglês carregado de sotaque, sem sorrisos. Isso era óbvio! Insistimos perguntando a razão. Ele repetiu sua resposta com cara de poucos amigos e não nos deu mais atenção.
O Shopping GUM

Shopping GUM

Shopping GUM
Fomos então dar uma volta, observar o vai e vem intenso de pessoas e namorar os impressionantes prédios localizados no entorno da Praça Vermelha como o Shopping GUM, antigo Centro de Abastecimento para o consumo na União Soviética.
Hoje o belíssimo prédio abriga um elegante shopping com lojas variadas, a maioria sofisticada, e locais para comer e beber, para muitos gostos e bolsos.
Veja mais detalhes do shopping:
Museu Histórico do Estado

Museu Histórico do Estado
Outro prédio que habita os arredores da Praça Vermelha é o inaudito e vermelhíssimo Museu Histórico do Estado. Ele me deu a sensação de ser de brinquedo e de estar salpicado de neve: um belo exemplar arquitetônico, sem dúvida!
Construído em fins do século XIX, a mando do czar Alexandre II, levou 6 anos para ser concluído.
Abriga um museu que conta a história do país, através de milhares e variados objetos e documentos, desde a era paleolítica, incluindo objetos amealhados pela Dinastia Romanov. Relatos dão conta de que são magníficos!
Não entramos. Queria ter visitado, mas o tempo nem sempre é o melhor amigo do visitante. Assim, namorei sua maravilhosa fachada, sua linda arquitetura e o coloquei em minha lista de motivos fortes para voltar algum dia a Moscou.
Continuamos explorando o entorno da Praça Vermelha descobrindo mais de seus imponentes edifícios:
+ Descobrindo Moscou: caminhando por suas ruas e apreciando seus prédios famosos.
O czar Alexandre II
- o czar Alexandre II
- Maria Alexandrovna
O czar Alexandre II nasceu em Moscou em 1818 e reinou de 1855 a 1881 quando foi assassinado. Desde que nasceu foi preparado para ser imperador. Sua rotina diária começava às 6 horas da manhã quando se levantava e só terminava às 10 horas da noite quando ia dormir.
Seus estudos iam das 7 AM até às 7 PM com largos intervalos. Alternava a sala de aula com caminhadas, atividades físicas, diversão e boas leituras. Alexandre era considerado sensível e amoroso.
Casamentos e filhos
Teve um casamento feliz com a Duquesa Maria Alexandrovna com quem teve 8 filhos: 6 meninos e 2 meninas. Mais tarde, após a morte da esposa casou-se com a princesa Yekaterina Dolgorukova, com quem teve 4 filhos, bastardos, quando Maria ainda era viva, porém doente.
Maria teve importante participação no desenvolvimento da educação feminina e em projetos de caridade. Fundou a Sociedade para Cuidados dos Guerreiros Feridos e Doentes, associação precursora da Sociedade Russa da Cruz Vermelha.
O Libertador
Alexandre foi coroado na Catedral da Assunção no Kremlin. Ficou conhecido como o Libertador por conta da Reforma Camponesa de 1861 ou Emancipação dos Servos, estabelecendo direitos de cidadãos livre aos mujiques (servos), como casar sem precisar pedir permissão e comprar terras.
Milhares de camponeses foram libertados, mas grande porcentagem das terras continuou nas mãos dos boiardos (aristocracia russa) enquanto os mujiques seguiam na miséria.
Além disso, lutou contra o Império Otomano, ajudando assim na independência búlgara. Monumentos foram erguidos no país em homenagem ao czar russo.
Assim o foi também na Rússia, após sua morte, com dinheiro arrecadado junto ao povo, mas todos eles foram destruídos após a revolução de 1917.
Alguns consideravam suas reformas muito ousadas e outros as julgavam tímidas demais, descontentando assim a muitos.
As tentativas de assassinato
Foi alvo de inúmeras tentativas de assassinatos, como em Moscou e Paris. Uma vez, jogaram uma bomba na sala de jantar do Palácio de Inverno (um dos prédios mais bonitos de toda a Rússia, em minha opinião) localizado em São Petersburgo.
O czar saiu ileso, mas 11 pessoas morreram e 40 ficaram feridas.
Alexandre II exasperado, teria então declarado:
“Por que eles me perseguem como uma besta selvagem? Eu sempre tentei fazer meu melhor em benefício do povo!”
Entretanto, a sorte não o acompanharia para sempre: em 1881, estava em carro aberto em Peters, quando um homem lançou uma bomba embaixo dos pés dos cavalos. Houve uma explosão. Uma densa nuvem de fumaça se formou. Quando ela se dissipou viu-se muitos homens feridos sobre a neve. Ouviam-se os gritos aflitos e agoniados.
Por todo lado sangue e fragmentos de ossos.
Mais uma vez o czar saiu intacto, mas ao ver a catástrofe, lançou-se rapidamente sobre os feridos tentando ajudar. O terrorista Iosif Grinevitsky então jogou nova bomba, desta vez ferindo gravemente o imperador, que agonizou e sofreu muito com os profundos ferimentos. Faleceu horas depois, no Palácio de Inverno.
Ele foi enterrado na Catedral de Pedro e Paulo, na mesma cidade.
Em seguida fomos visitar a Igreja de Kazan de Moscou.
Vem espiar este mundão lindo comigo:
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Gostou de passear comigo nos arredores da Praça Vermelha?! Então, que tal salvá-lo em seu Pinterest?! 🙂
Dá vontade de chorar quando um ponto turístico que queremos muito conhecer está fechado ou em reforma, por exemplo, né? Até escrevi sobre várias decepções desta na vida, hehehehe. E o pior é não descobrir o porquê. Morro de curiosidade. Agora, achei lindo o Museu Histórico do Estado. Parece mesmo de brinquedo. Beijos.
oi Michela… de fato é muito, muito frustrante!!! A minha maior neste sentido é não ter visto a Moça do Brinco de Pérola em Den Haag, quando lá estive. O quadro estava em NYC, pois o museu estava em reforma. Até hoje eu sinto por isso. rsrsrsrs O bom é que depois encontramos a Praça Vermelha aberta! 🙂 bjus
É muito complicado essas coisas, pois infelizmente nunca temos o tempo que gostaríamos de ter. Mesmo assim te rendeu um bom texto, parabéns!
Robba
http://.viajantecolorido.com.br
Obrigada Robba… Como diz Mia Couto, tudo rende uma boa história para quem tem olhos de ver… ehehehehe bj
ahh já fui demais nesse lugar, pena que quando visitei a Rússia estava fazendo um frio polar e não conseguimos pegar nenhum dia sequer com céu azul. Porém é o tipo de lugar tão grandioso que estamos acreditando que devemos voltar lá o quanto antes possível! Abração!
oi Luiz… eu peguei o céu azul quase o tempo todo que passei na Rússia. Depois pegamos a Praça Vermelha aberta e pudemos admirar todo o seu esplendor! 🙂 Quando voltamos a Moscou, dias depois de perambular pelo país, ela estava aberta e o os dias mais frios. Gostaria de voltar um dia também. bjs
Bom, apesar da frustração vocês conseguiram visitar outros locais muito bonitos. e depois descobriram o motivo se estar fechada?
oi Gabriela… não descobrimos. Nós saímos de Moscou, viajamos por outras cidades e quando voltamos, dias depois ela estava aberta. Além disso, o entorno tem mesmo muito locais bonitos para serem vistos. 🙂 bjs
É muito frustrante quando vamos a um ponto turístico e ele está fechado né? Lendo a sua história me lembrei de um fato parecido que aconteceu comigo quando visitei Bangkok, fui visitar o Grand Palace e um dos guardas me disse que estava fechado, nao me contentei com a resposta dele e perguntei pra outro guarda, que disse que estava aberto e estava mesmo, tive apenas uns minutos de frustração
oi Lid… tem toda a razão. Quando isso acontece é mesmo muito frustrante! Demos sorte: eu, porque dias depois voltei a Moscou e a Praça estava aberta. Você porque o primeiro guarda deu a informação errada. Ainda bem né?! bjs
Poxa, ainda bem que vocês conseguiram visitar outros locais bem legais! De qualquer forma, é um bom motivo pra voltar a Moscou! Bjs
oi Gisele… pois é… aproveitamos para explorar o entorno da praça, o que foi ótimo, pois Moscou tem prédios grandiosos!!! bjs
E você não descobriu o motivo? E que pena que você não teve tempo de visitar o Museu Histórico do Estado. Parece ser bem interessante!
Acho que todo turista volta frustrado com algo. Quando fui para Roma, queria muito ver a “Fontana dei 4 fiumi”, situada no centro da Piazza Navona. Ana, visitei 3x a cidade, em 3 meses diferentes (abril, junho e julho) e não consegui ver essa fonte aberta ao pùblico! Minha grande frustração!
oi Ju… não descobri. Acho que havia rolado algum evento nos dias anteriores e eles estavam desmontando ainda a estrutura. Uma pena mesmo sobre o museu. Eu tenho algumas frustrações de viagem como A Moça do Brinco de Pérola que estava em Nova York quando visitei Den Haag na Holanda e a Robben Island na Cidade do Cabo, África do Sul, cuja visita foi cancelada, pois o barco quebrou.
Percalços de uma viajante! 🙂 bjs
De facto é mesmo pena chegar a Moscovo e o principal ponto de interesse estar fechado. Mas por vezes, as alternativas encontradas acabam por ser melhores, porque superam muitas das vezes as nossas expectativas. Abraço
É verdade Pedro… às vezes necessitamos de jogo de cintura e de revermos pontos de interesse né?! Faz parte de nossa vida de viajante, afinal!!! 🙂
Muito interessante a história do Czar. E não entendo porque os russos são tão grosseiros – até quando estão tentando ser simpáticos. Uma pena a praça estar fechada, mas as vezes acontecem pequenas frustrações quando viajamos. O importante é aproveitar bem o resto da viagem!
oi Tina… apesar deste episódio em que o policial foi muito seco conosco eu fui absurdamente bem tratada na Rússia. Os russos forma muito, muito simpáticos e gentis comigo. Esta foi a primeira parte da viagem e depois voltamos a Moscou e a Praça Vermelha estava aberta. Entretanto, sempre podemos nos deparar com frustrações assim né?! Em Den Haag por exemplo, não vi a Moça do Brinco de Pérola que estava em NYC.
Também já me aconteceu estar uma coisa que queria muito ver fechada. É mesmo mau! De qualquer forma espero que tenha sido muito interessante a viagem 😉
oi Catarina… esta não foi a primeira vez que encontramos um lugar assim, histórico fechado. É ruim, mas é o risco de todo viajante né?! A viagem à Moscou foi espetacular, até porque depois pegamos a Praça Vermelha em todo o seu esplendor, aberta!!! 🙂
Não cheguei a pegar ela fechada, mas sempre tinha alguma coisa la quando a visitamos. Uma vez era uma corrida de cavalos, outra vez uma festa e finalmente, na ultima tentativa, comemoração da Copa na Russia… De qualquer forma deu pra sentir o clima da imponente praça! Também não entramos no museu, mas não entrei de propósito, pois sabia que se entrasse iria ficar o dia todo lá dentro!
Adorei a história do Alexandre II, de toda a tragédia de sua morte, pelo menos fizeram aquela igreja linda do Sangue derramado né! Valeu a pena para os turistas! hehe! 😉
Oi Itamar… pois então. Muitos dias depois eu peguei a Praça Vermelha completamente aberta, livre, gelada. Pude sentir então todo o poder que emana daquele lugar grandioso!
Eu queria ter ficado o dia inteiro neste museu, mas 15 dias na Rússia foram poucos para tudo o que país oferece a nós, turistas. 🙂