Eu estava em busca do passado de Nova York. Eu sabia que para começar a gostar dessa cidade eu tinha que conhecer um pouco mais de sua trajetória, de seu caminhar ao longo dos séculos. Por isso, naquele segundo dia na cidade, fomos até Lower Manhattan conhecer a antiga Nova York.
Fomos acordados com um belíssimo nascer do sol, cujas cores pintadas no céu eu jamais poderia imaginar ver em uma cidade tão urbana quanto Nova York.
O nascimento de Nova York

Lower Manhattan em Nova York: monumento em homenagem aos holandeses que fundaram a cidade de Nova York
Foi aqui, em Lower Manhattan, a parte mais baixa da ilha, que Nova York nasceu no século XVII. Foi fundada pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais que chamou o assentamento de Nova Amsterdam (Nieuw-Amsterdam em dutch), permanecendo nas mãos dos holandeses por quase 40 anos, quando então os britânicos a tomaram e a batizaram de Nova York.
O novo nome da cidade se deve ao Duque de York, futuro rei Jaime II da Inglaterra, que recebeu as terras de presente de seu irmão, o então rei da Inglaterra Carlos II.
Antes dos holandeses se instalarem nesta região, contudo, navegadores franceses e britânicos já tinham avistado a ilha de Manhattan. Inclusive, o Henry Hudson, inglês, foi o primeiro a mapear a região, sem se deter contudo, continuado sua viagem pelo famoso rio que ganhou seu nome: Hudson River.
Uma curiosidade é que os holandeses após se instalarem por estes lados compraram a ilha dos índios americanos por 24 dólares.
A trajetória nova yorkina
Nova York foi crescendo, ganhando importância, passou por inúmeras disputas territoriais, desempenhou importante papel tanto na independência americana quanto nas questões abolicionistas que culminaram com a Guerra da Secessão.
No século XVIII se tornou a primeira capital federal dos Estados Unidos. Já no século XIX era a maior cidade do país.
Neste século já recebia imigrantes, principalmente irlandeses, responsáveis ao que parece por bagunçar a estrutura organizada da cidade, por terem chegado em grande quantidade, sendo em sua maioria mão de obra sem qualificação. As primeira gangues de Nova York teriam surgido nesta época, aumentando os índices de violência urbana.
Foi apenas no século XX que começou a receber levas e mais levas de pessoas vindas de muitos cantos do mundo. Atualmente em Nova York quase 40% das pessoas que ali vivem nasceram em outro país e cerca de 800 diferentes idiomas são falados na cidade.
Moderna, misturada, acolhedora e fria. Dura, interessante, indiferente, atraente. Nova York é mesmo múltipla e Lower Manhattan carrega o charme de vários passados sem ar de bolor, bem ao contrário, reinventada para acompanhar os tempos sem perder as origens.
Judeus brasileiros em Manhattan
Os primeiros judeus que chegaram à cidade de Nova York, os primeiros moradores, já que até então Nova York era apenas um entreposto comercial, aportaram bem aqui em Lower Manhattan, vindos do Recife, no Brasil, onde então residiam. Esta é mesmo uma história curiosa.
Quando os holandeses dominaram o nordeste brasileiro, alguns judeus portugueses foram morar em Pernambuco. Quando Portugal tomou o Brasil de volta, além dos holandeses, os judeus foram expulsos também e partiram rumo à Holanda.
Durante a travessia foram pegos por uma tempestade e roubados por piratas. 23 pessoas sobreviveram e conseguiram chegar à Nova Amsterdam onde ajudaram a construir a cidade que conhecemos hoje.
A pedra fundamental
Hoje talvez seja difícil perceber, mas a Nova York antiga cabia inteira em Lower Manhattan. Antes da chegada dos Holandeses, era formada por pântanos.
Aqui na State Street, em frente ao Museu Nacional do Índio Americano, há um monumento em homenagem aos holandeses lembrando que eles fundaram a cidade no dia 22 de Abril de 1625 com o estabelecimento do Forte Amsterdam, bem neste local, e a criação de 10 fazendas.
A ilha de Manhattan foi comprada apenas no ano seguinte por Peter Minuit. No monumento está esculpido a imagem de Minuit pagando a um índio pela compra de Manhattan.
A multiculturalidade de Lower Manhattan

Lower Manhattan em frente ao Museu do Índio Americano, onde nasceu Nova York
Esta é uma cidade tão curiosa que mesmo Lower Manhattan, também conhecida como Downtown, tem muitas faces e muitas aparências. Formada por muitos bairros completamente distintos uns dos outros.
A cada esquina eu me deparei com perspectivas e atmosferas, sons e ritmos tão discordantes que me faziam pensar que havia cruzado fronteiras.
Muitos pontos interessantes de Nova York estão por Lower Manhattan: o parque Bowling Green, o touro de Wall Street, a Trinity Church, Wall Street, o Memorial de 11 de Setembro, Battery Park de onde partem as barcas para visitar a Estátua da Liberdade… Os bairros de Chinatown e Tribeca também estão na parte do sul da ilha.
Há mesmo muito que ver e fazer em Lower Manhattan e passamos alguns dias explorando a região.
A chegada em Lower Manhattan
Naquela manhã, assim que saímos do metrô – linhas 4/5 até Bowling Green – eu vi o imenso edifício do Museu Nacional do Índio Americano (National Museum of the American Indian) construído há mais de 100 anos.
Fomos engolfados pelo barulho de buzinas e carros presos em um trânsito pesado de meio de manhã. Havia barulho de construções, máquinas ruidosas. Pessoas andavam para cima e para baixo, em passos apressados.
Achei este um pedaço nervoso da cidade.
Creio ter sido muito pertinente a instalação do museu que conta as histórias dos antigos moradores americanos aqui, em Lower Manhattan, onde a vida dos índios começou a mudar de maneira definitiva e irreversível.
Entramos no museu. Foi aqui que começamos a explorar a região: passado e presente.
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A região de Lower Manhattan em Nova York
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Não sabia da história dos judeus brasileiros que chegaram a Nova Iorque nessa tipo de contexto. Artigo além de util, também muito instrutivo. Parabéns.
Pois então Pedro… as histórias dos países que se cruzam e se separam! Acho isso muito interessante. Estes saberes me atraem e me fazem olhar as cidades de outras maneiras. 🙂
Excelente post, muita coisa que eu não tinha ideia, adorei!
oi Luli… que bom que gostou. Eu tenho necessidade de saber um pouco sobre a história pregressa das cidades. Só assim elas ganham alma e cores relevantes para mim e Nova York tem uma história muito interessante!
Adorei saber um pouco mais da história, muita gente não conhece a história de Nova Iorque, e ela é muito interessante.
Acho isso Michelle… a história da cidade é tão interessante e atraente. Vi cenários de lugares cuja história eu conhecia e descobri aspectos e fatos que não tinha a mais remota ideia. Assim me encantei por NYC! 🙂
Quanto detalhe interessante da história de Nova Iorque. Também adoro aprender sobre o passado dos lugares que visito!!
É uma delícia estes passeios ao passado, né?! 🙂
Muito interessante, não conhecia a história de Nova York, estive na cidade para o Ano Novo de 1998 para 1999, ainda existiam as torres gêmeas. Agora em julho voltarei com o marido e filho, estou ansiosa! Adorei o post, abraços!
Que legal que voltará depois de tanto tempo!!! Acredito que verás muitas diferenças e isso será bem divertido!!! rsrs Aproveitem! Que bom que gostou do texto Angelica! O passado de Nova York é tão interessante quanto seu presente! rsrs bjus
Excelente lição de história! Não sabia desse passado tão multicultural da região. É um recorte da própria essência de NY, tão misturada de povos e idiomas.
oi Lulu… eu sabia que tinha que buscar o passado para gostar da cidade. 🙂 Assim, NYC me surpreendeu de verdade! As histórias para mim fazem com que paredes deixem de ser só paredes e ganhem alma. bjus