Continuamos nossas andanças pela capital da Rússia. Pela manhã visitamos o Mausoléu de Lenin e após o almoço no bonito Shopping GUM, fomos visitar o Kremlin de Moscou, às margens do Rio Moskva. Os jardins bem cuidados da cidade, a exemplos dos Jardins de Alexandre, são uma alegria para os olhos.
A capital russa estava fria e chuvosa naquela tarde. Já era outono no país quando voltamos da Sibéria.
O início
Kremlin significa fortaleza dentro da cidade, sendo este o símbolo do poder russo. Sua construção foi iniciada em 1156 a mando de Yury Dolgoruky. Sob seu reinando teria sido fundada Moscou. Apenas 1 ano depois, o príncipe morreu e as suposições indicam que ele foi envenenado.
O Kremlin de Moscou foi, portanto, concluído sob o reinado do filho de Dolgoruky, Andrei Bogoliubsky, que foi brutalmente assassinado na noite de 29 de junho de 1174. Menos de 1 século depois a Fortaleza de Moscou foi destruída durante a invasão mongol. Sua reconstrução aconteceu somente em 1339 quando o príncipe Ivan Kalita estava no trono.
Pouco mais de duas décadas depois, foi consumido pelo fogo durante o incêndio que atingiu a cidade. Sua estrutura era, então de madeira.

O Kremlin de Moscou
No presente
Aqui trabalha Wladimir Putin, presidente da Rússia. No passado Ivan, o terrível, Lenin, Stalin, Khrushchev e Gorbachev, entre outros, comandaram os rumos do país desta fortaleza. Foi daqui que Napoleão Bonaparte viu Moscou queimar, em uma estratégia de guerra dos russos.
Este lugar representa 800 anos de história. E por conta disso eu estava muito ansiosa por nossa tarde visitando o Kremlin de Moscou.

The Trinity Tower, uma das entradas para o Kremlin

The Trinity Tower, uma das entradas para o Kremlin
Os componentes do Kremlin de Moscou
O Kremlin é formado por diversos prédios, como o estatal e o arsenal, de linhas clássicas e quadradas, pela praça das catedrais (composta pelas Catedrais da Assunção, da Anunciação, do Arcanjo e a Igreja do Manto Sagrado de Nossa Senhora) e pelo belíssimo jardim com vista para o rio Moscou, além do Armoury Chamber.
Como não podia deixar de ser, o centro do poder russo, é muito vigiado e não podemos circular por todos os lugares e nem entrar em todos os edifícios.

O Arsenal

The State Kremlin Palace

A Praça das Catedrais
Algumas das Catedrais do Kremlin de Moscou
Foi o príncipe Ivan Kalita quem mudou a capital de Rus, de Vladimir para Moscou. Ele ordenou a construção de diversas igrejas na cidade por acreditar que ali deveria estar o centro da Igreja Ortodoxa. Assim, foram construídas dentre tantas outras as catedrais da Assunção e a do Arcanjo.
A Igreja da Assunção tornou-se o principal lugar sagrado da cidade.

A beleza da fortaleza russa com a Igreja Assunção ao fundo
O interior das Catedrais
Entramos na Catedral da Assunção, da Anunciação e do Arcanjo. Todas elas guardam características similares, mas ao mesmo tempo cada uma delas tem uma identidade própria, uma alma, uma atmosfera que a torna diferente das outras.
Elas são pequeninas com as paredes e tetos cobertos de afrescos contando histórias religiosas e originando um colorido intenso. Tem muita informação nestas catedrais ortodoxas russas e é preciso um certo tempo para ler algumas destas histórias.
Eu sentei em um dos poucos bancos disponíveis para tentar assimilar cada um dos detalhes de todo aquele colorido. Tive a ajuda de um folheto que fica disponível na entrada das catedrais.
O Grande Príncipe Ivan Kalita morreu em 31 de março de 1341, tendo feito os votos monásticos. Ele foi enterrado na Catedral do Arcanjo construída por ele.
A Catedral é linda, toda branquinha por fora e é dedicada ao Arcanjo Miguel, patrono do exército russo.

A Catedral do Arcanjo do Kremlin de Moscou
As Catedrais ao longo dos séculos
Após ser consumido pelo incêndio, o Kremlin foi mais uma vez reconstruído, em 1367, pelo então príncipe Dmitry Donskoi, neto de Kalita, desta vez em pedra, para mostrar a seus inimigos o poder moscovita. Ele morreu aos 38 anos em 19 de maio de 1389 e foi enterrado na Catedral do Arcanjo do Kremlin de Moscou. Em 1988 foi canonizado pela Igreja Ortodoxa Russa.
Em 16 de janeiro de 1547, Ivan IV foi coroado na Igreja da Assunção, numa cerimônia majestosa. Foi o primeiro mandatário russo a carregar o título de czar, que tem origem em sua admiração pelo império antigo romano e os césares. Aqui Ivan, o terrível casou-se com Anastasia Románova, a quem a história conta que amou muito.
Dizem ainda que ela era uma personalidade gentil e que ajudou a suavizar o czar, desenvolvendo nele algumas virtudes, pois exercia forte influência sobre o marido. O czar morreu em 18 de março de 1584 e foi enterrado na Catedral da Assunção.
Na Catedral da Anunciação, onde o interior é um dos mais bonitos, com tonalidades de azul quebrando a intensidade do dourado, aconteciam as cerimônias domésticas e familiares dos czares.
No século XVIII a sede do governo russo mudou de Moscou para São Petersburgo, a cidade recém criada por Pedro, o grande. Apenas com a Revolução Russa de 1917, o Kremlin voltou a ser a sede do governo e do poder russo.

A Catedral da Assunção

A Catedral da Anunciação
Tesouros escondidos e símbolos do Kremlin
Ao sair da Catedral da Assunção, vire à esquerda e procure pela portinha. Ela passa despercebida para a maioria das pessoas. Ali, um pequeno tesouro russo dos séculos XV a XVII estão expostos. Este local era uma pequena igreja.
O Kremlin ainda possui outros símbolos além das catedrais como o termômetro que marca as baixíssimas temperaturas do inverno russo que já ganhou guerras.

A portinha secreta

Termômetro capaz de marcar as incríveis baixíssimas temperaturas do inverno russo
Além do termômetro, o Kremlin abriga 0 canhão do czar, de 40 toneladas que nunca foi usado por ser pesado demais e o sino do czar que tem uma história interessante: ainda hoje ele é considerado o maior sino do mundo com 202 toneladas. Houve um incêndio em 1701 e o sino que ocupava o campanário, com peso de 130 toneladas caiu e ficou destruído.
Com seus restos foi construído em 1730 outro sino, apelidado de sino do czar, para a czarina Anna Ioanovna(1693-1740). No entanto, quando foi colocado na água para resfriar, rachou e tornou-se inútil. É possível ver a “pequena” rachadura.
A czarina está enterrada na Catedral de Pedro e Paulo em São Petersburgo.

O canhão do czar

O canhão do czar

O sino do czar e sua “pequena” rachadura
Os jardins do Kremlin
Os jardins do Kremlin são muito bonitos e tem uma vista ampla do rio Moscou. Tem muitas flores de cores diversas e árvores que parecem cheias de neve, mas que só nasceram assim. Fiquei imaginando se no passado ou no presente, os líderes daquele país, perambulavam por ali, olhando a cidade, pensativos sobre que decisões deveriam tomar.

Os jardins do Kremlin

Vista do Rio Moscou pelos jardins do Kremlin

As cores dos jardins do Kremlin

Árvore “nevada”

Os jardins do Kremlin

Os coloridos jardins do Kremlin
Sobriedade que não impressiona
O Kremlin de Moscou não foi bem o que eu esperava. Os símbolos diversos da cidade são tão impressionantes, que eu imaginei que o centro do poder russo fosse transbordar força e potência.
Acho que depois de conhecer tantas edificações extraordinárias pela cidade e observar nelas tanta imponência, as linhas sóbrias e não tão esplendorosas dos prédios do Kremlin me deixaram um pouco decepcionada. A minha sugestão para driblar este sentimento é começar a conhecer a Rússia pelo seu centro de poder.
E foi nos jardins do Kremlin, com a noite já se debruçando, trazendo ainda mais frio, que nós encerramos o dia em Moscou. Era nosso penúltimo dia na cidade.
Informações adicionais:
- os ingressos para entrar no Kremlin e no Armoury Chamber são independentes e ambos podem ser comprados na bilheteria central;
- o valor para admissão no Kremlin foi é de 350 rublos e funciona de sexta à quarta das 09:30 às 17:00.
- é proibido tirar fotos dentro das igrejas. Eu vi pessoas ignorando, tirando fotos e recebendo reprimendas das vigias.
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O Kremlin de Moscou, Rússia
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