Construída entre os anos de 1150 e 1250 a Catedral de São Pedro (Cathédrale de Saint Pierre) em Genebra é um dos símbolos da cidade. Ela reina imponente e bonita carregando em suas paredes séculos de histórias.
Foi restaurada e reconstruída em diversos momentos ao longo de sua existência, tendo sido muitas vezes danificada por incêndios.
Por isso mesmo observamos nitidamente a mistura de estilos: gótico, romântico e clássico.

A Catedral de São Pedro em Genebra: um recorte
Um passado mui distante
No local onde está situada a Catedral de São Pedro, foram encontrados restos de santuários católicos que datam do quarto século após a passagem de Cristo pela terra, incluindo um piso de mosaico da era romana.
Seguindo o modelo tradicional católico, a Catedral de São Pedro é grandiosa. Suas colunatas e seu teto abobadado conferem dignidade.
- A Catedral de São Pedro em Genebra: colunatas, abóbodas e sobriedade.
- O interior da Catedral de São Pedro
A Cathédrale de Saint Pierre após a Reforma Protestante
Após a Reforma Protestante, ocorrida no século XVI, ela foi despojada de toda sua decoração interior: os protestantes eram intolerantes a respeito de ícones e símbolos. A Catedral de São Pedro então ficou nua de qualquer ornamento.
Assim, ganhou este caráter austero.
Os afrescos foram pintados, as paredes foram caiadas. Eu sinto profunda dor no coração ao imaginar a quantidade de arte e beleza destruída em nome da fé protestante e dos novos códigos de conduta impostos.
Apenas os vitrais das janelas sobreviveram.

A Catedral de São Pedro em Genebra – vitrais sobreviveram à Reforma Protestante
João Calvino – o reformador
Foi bem aqui, na Catedral de São Pedro, que João Calvino pregou para centenas de paroquianos de 1536 a 1564. Sua cadeira ainda está lá: simples e severa, bem de acordo com as regras e normas do calvinismo.
Confesso que foi ela quem me levou até a Catedral de São Pedro. Queria ver de perto onde se sentou um dos homens fortes da reforma em Genebra, visto o impacto que a religião reformada teve sobre os rumos da cidade.
O calvinismo mudou profundamente a sociedade genebrina.

Catedral de São Pedro em Genebra: a cadeira de João Calvino
Personagens da catedral
Os bancos do coro, belíssimos, datam do século XV e sobreviveram à destruição dos protestantes apenas porque estavam alojados em outro sítio que já não existe: a Chapelle des Florentins.
Outro personagem da catedral que chama a atenção é a Rohan Chapel, que contém o túmulo de Duque Henri de Rohan (1579-1638), líder dos huguenotes (os protestantes franceses – muitos deles fugiram para a acolhedora Genebra. ) no século 19.
O Duque morreu na cidade suíça de Berna, em batalha.
Atualmente, a Catedral de São Pedro é a principal Igreja Protestante de Genebra.
- Catedral de São Pedro em Genebra: bancos do coral do século XV
- Catedral de São Pedro em Genebra: túmulo de Duque Henri de Rohan
A Capela dos Macabeus
Entre 1400 e 1405 a Capela dos Macabeus (Chapelle des Macchabees) foi adicionada à Catedral de São Pedro. Ela é extraordinariamente bonita. Muito colorida ela é uma festa para os olhos.
Após a Reforma a capela foi dividida em vários pisos e transformada em armazém de sal. Que sacrilégio com a arte e a história! Somente no século XIX foi restaurada.
Os Macabeus eram os 7 santos que defendiam o Deus único. Macabeu significa martelo, então eram conhecidos como os martelos de Deus. A lenda diz que 7 jovens judeus e sua mãe foram martirizados por se recusarem a comer carne de porco, o que significou recusar-se a negar sua fé em Deus.
A capela é cheia de simbolismos cristãos: a abóbada dividida em três corpos, por exemplo, representaria a Santíssima Trindade: o pai, o filho e o Espírito Santo.
O pai no centro com muitos querubins sob um fundo avermelhado. O filho está representando num céu azul estrelado e o Espírito Santo retrata a natureza através do sol e flores.
- Capela dos Macabeus
- Capela dos Macabeus

Capela dos Macabeus
Cúpula e subsolo da Cathédrale de Saint Pierre
É possível escalar 157 degraus e chegar à torre para ver Genebra, e toda sua beleza, do alto. No subsolo encontra-se um sítio arqueológico, com artefatos, testemunhas da chegada dos cristãos à cidade de Genebra.
O acesso à igreja é gratuito, mas para subir a torre ou visitar as ruínas, é necessário comprar bilhetes.
A Praça da Catedral de São Pedro em Genebra
A praça onde a Catedral está localizada é linda. Prédios diversos de arquitetura antiga e bem conservada, sóbria e elegante a circundam. A atmosfera por ali é agradável e cambiante: às vezes calma, tranquila e deserta, às vezes o silêncio é entremeado por passos apressados ou uma multidão de turistas invade o espaço.
Durante nossas caminhadas por Genebra, nós passamos por ali inúmeras vezes!
A Catedral de São Pedro foi o último lugar que nós visitamos em Genebra, depois de passarmos aquela manhã na pequena e muito fofa cidade de Carouge.
Quando saímos deste clássico genebrino, almoçamos um crepe ali perto e seguimos para pegar as bagagens no hotel e o tram para o aeroporto. Assim, encerramos nossa visita de 15 dias pela bela Suíça.

A bela praça da Catedral de São Pedro em Genebra
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A Catedral de São Pedro em Genebra na Suíça
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É muito interessante saber sobre as construções.Bem imponente essa catedral, eu adorei a parte da Capela do Macabeu, com mais cores.
Obrigado por compartilhar
oi Diego… eu sempre gosto de saber as rezões da existência de alguns prédios, pois eles são personagens das histórias das cidades e assim nos contam muito. Sem isso para mim, são cidades sem alma e perco o interesse! 🙂
Que lindeza de catedral. Eu sempre vou atrás de igrejas nas viagens. Adoro apreciar o interior delas, sua arquitetura… Belas fotos!
Eu também Anna, gosto de visitar templos religiosos, pois além de belas arquiteturas, elas tem histórias que se confundem com as histórias das cidades né?!
Eu me encanto com as igrejas europeias, principalmente as mais antigas que mantém em suas paredes diversos puxadinhos e camadas de tempo!
Adorei a Capela do Macabeu… coisa linda!
A Capela do Macabeu é mesmo linda Ju… Igrejas são testemunhas de tantas eras, não?! Além do mais, geralmente são cheias de beleza! 🙂 bj
Que privilégio ver de perto os detalhes de uma história tão rica e marcada pelo simbolismo. Adoro como você descreve os detalhes e conta pra gente o significado por trás deles. Me senti dentro desse templo imponente.
oi Fabíola… que bom saber que você gosta de ler sobre a alma dos lugares, sua simbologia, história. Eu gosto muito!!! Para mim faz toda a diferença quando estou visitando um local! 🙂 bj
aconteceu o mesmo em Zurique, tiraram tudo que podiam e tacaram fogo! quantas obras de arte foram perdidas né, tb fiquei com dó e um pouco de raiva aeuaheua
Também acaba com meu coração saber de tantas belezas destruídas! Acho que os protestantes em todo canto fizeram o mesmo! Uma lástima!!