A Casa Tavel nos levou de volta ao século XII. Naquela tarde em Genebra, nós paramos diante da mais antiga casa medieval da cidade para observarmos sua fachada gótica e nobre. No momento em que atravessamos sua porta principal, foi como voltar séculos no tempo.
Uma viagem maravilhosa!
Um pouco mais sobre a Casa Tavel em Genebra
A Casa Tavel é a casa privada mais antiga de Genebra. Em 1334 ela pegou fogo e foi reconstruída pela família Tavel ganhando seu aspecto atual, uma coisa assim meio palácio urbano.
Nós estávamos numa casa de mais de 8 séculos! Um lugar que abrigou tantas vidas, tantas histórias, lágrimas e risos! Essa coisa do tempo, de vidas vividas, sempre me deixam surpresa.
A Casa Tavel nos séculos seguintes à sua construção foi residência de muitas outras famílias abastadas de Genebra, além de seus donos originais, os Tavel. Um exemplo são os Calandrini proprietários da casa no século XVII. Seria desta época uma pedra de cisterna encontrada na casa durante as escavações do século XX.
A Casa Tavel foi comprada pela cidade de Genebra em 1963. Atualmente abriga o Museu de História Urbana e Vida Cotidiana.
A Casa Tavel abriga o Museu de História Urbana e Vida Cotidiana

Vistas de Genebra região de Eaux-Vives de Simon Malgo
O Museu de História Urbana e Vida Cotidiana faz um apanhado geral sobre a vida genebrina desde a Idade Media até o século XIX, através de diversos ambientes montados como se ainda fossem habitados.
No total são 6 pisos, sendo que 1 deles é usado para exposições temporárias, então não o visitamos e noutro funciona a recepção por onde nós entramos. Os outros 4 estão divididos entre vistas de Genebra com quadros e paisagens antigas, aposentos dos séculos XVIII e XIX, o subsolo e a sala da maravilhosa maquete mostrando a Genebra de séculos atrás.
Foi bem aqui que começamos nosso passeio pela Casa Tavel.
A maquete da velha e sempre elegante Genebra

Maquete da antiga Genebra na Casa Tavel
A primeira coisa que vimos quando começamos a percorrer a velha casa foi uma maquete mostrando a Genebra antiga, quando a cidade ainda era protegida pelas muralhas, antes de sua destruição em 1850. Aqui eu entendi melhor todos os lugares que havia visitado e percorrido até então.
Na cidade alta, onde estão a Catedral e a prefeitura de Genebra era o centro do poder. Já a cidade baixa onde ainda hoje encontramos a Praça do Molard e Praça da Fusteria era a parte comercial genebrina. Já a área de Saint Gervais ficavam os artesão e os fabricantes de relógios.
Depois, a diversão só aumentou. Após nos entretermos por um bom tempo descobrindo a velha Genebra pela maquete, começamos a viver um pouco deste passado através dos diversos cômodos e objetos expostos naquela maravilhosa casa medieval.
A Casa e seus cômodos

Um dos cômodos da Casa Tavel em Genebra
Para mim, não há nada mais sublime que a vida cotidiana. Elas me contam muito, me emocionam, me surpreendem, me encantam. Viver a vida nunca é fácil e olhar o passado, me permite entender que o nosso presente é fruto da maneira como as pessoas viveram antes de nós. De um simples preparo de comida do dia a dia aos relacionamentos.
Da decoração ao posicionamento dos ambientes, moveis e objetos. Tudo isso é um contar de histórias verdadeiras, significa alguma coisa.
O modo como as pessoas vivem é a forma como elas se posicionam no mundo. As pessoas e o mundo me interessam.
A casa é espetacular! Grande e ampla, a iluminação natural que incidia no interior estava linda.
Isso sem falar na extraordinária estrutura da casa: quartos interligados, aninhados e dois níveis com 5 degraus cada um deles. No andar inferior encontramos uma cozinha montada e o quarto das crianças, nos mostrando como se desenrolava a vida numa casa do século XVIII.
No porão acontecia o intercâmbio comercial: era por ali que entravam os produtos consumidos na casa. É enorme!
- O subsolo onde acontecia o intercâmbio comercial da Casa Tavel
- Escada de acesso do exterior para o subsolo da Casa Tavel em Genebra: por onde entravam os produtos

A vizinhança da Casa Tavel
Os mais diversos objetos nos contam suas histórias
Continuamos entrando e saindo de ambientes, encontrando camas do fim do século XVIII e início do XIX. Berços do século XIX. Os objetos são múltiplos e sempre inseridos no contexto familiar, como quartos, salas, cozinhas…
Dois objetos chamam especial atenção: a guilhotina de Genebra e os quadros pintados por Pierre Favre no século XVI e que falam sobre dois momentos importantes da história genebrina.
O primeiro, a guilhotina, foi adquirida pela cidade em fins do século XVIII, quando a República de Genebra foi anexada à França, país que já havia substituído o enforcamento pela guilhotina nas penas de morte. Em Genebra, as execuções aconteciam ao amanhecer. O condenado era acompanhado pelo padre e era então autorizado a dizer suas últimas palavras.
Sob domínio francês, 33 pessoas foram guilhotinadas em Genebra. Após este período, até a abolição da pena de morte na cidade (1871), 6 pessoas foram executadas.
O segundo, as pinturas referem-se à prostituição em Genebra. Até a Reforma Protestante a prostituição era autorizada e regulamentada na cidade. Os bordeis eram principalmente localizados na Rue Etienne Dumont. Então, em 1536 os reformadores baniram a prática de Genebra.
As punições eram públicas! O objetivo era sem dúvida a humilhação do condenado, que não só era açoitado na frente da população como obrigado a usar uma touca cujo design retratava o crime cometido e ainda lembrava as toucas usadas pelos bispos católicos. A hierarquia católica era motivo de chacota entre os protestantes àquela época.
Os quadros de Favre expostos na Casa Tavel retratam a prostituição.
Encontramos ainda informações sobre os reformadores: Guillaume Farel, Jean Calvino, Théodore de Bèze, os principais nomes da Reforma Protestante em Genebra que mudaram fortemente os rumos, usos e costumes do cotidiano genebrino.

Farel, De Bèze e Calvino – nomes fortes da Reforma protestante em Genebra

Ambientes e objetos que nos contam sobre a vida cotidiana pregressa de Genebra
Testemunhar o passado genebrino desta maneira interativa foi deliciosamente sensacional.
O melhor?! A entrada é gratuita!
Uma crítica: todas as informações estão em francês. Mesmo para quem não fala absolutamente nada do idioma, como eu, dá para entender os contextos gerais, mas gosto dos detalhes. Contudo, na recepção recebemos um folheto com 10 highlights com todas muitas informações em inglês.
Endereço: Rue du Puits-Saint-Pierre 6
Horários de funcionamento: Fechado às segundas-feiras. De Terça a Domingo das 11:00 às 18:00
Pelas ruas e vielas de Genebra

Pelas vielas de Genebra

Jato d´água jorrando soberbo e os lindo casario genebrino
Depois de visitarmos a Casa Tavel, seguimos a perambular por Genebra. Era primavera, o dia estava lindo, o Lago estava com maravilhosa tonalidade de azul e o Jato d´água jorrava soberbo como sempre. A temperatura estava agradável e as luzes incidiam lindamente sobre o casario genebrino.
Quer ver toda a beleza de uma tarde genebrina de primavera?! Então clica no link bem aqui abaixo!
+ Uma tarde de primavera em Genebra
Venha espiar este mundão lindo comigo pelas redes sociais.
Siga o Espiando pelo Mundo: Facebook, Instagram, Twitter e Google+
Clicando em qualquer uma das duas imagens logo aqui acima a Casa Tavel em Genebra ficará guardada em seu perfil no Pinterest. 🙂
Para mais inspirações e histórias de viagem siga o perfil do Espiando pelo Mundo no Pinterest.
A Casa Tavel em Genebra
Se você, meu caro viajante, gostou de conhecer a Casa Tavel em Genebra, compartilhe em suas redes sociais para que os amigos leiam e se deliciem também! 🙂
Os botões de compartilhamento estão aqui abaixo.
Nossa que interessante essa casa. Os cômodos tão conservados. E essa maquete da cidade é de tirar o folego. Quantos detalhes.
Verdade Diego… a Casa Tavel é bem legal mesmo. Imagine só uma casa tão antiga!! Uma maneira divertida de viajar ao passado genebrino! 🙂
Que linda! Deve ter sido o máximo mesmo estar nessa casa, com todos esses objetos históricos e cômodos que contam histórias por si só. A maquete é maravilhosa! E tudo isso de graça.. dica muito boa
oi Aline… eu achei uma incrível e deliciosa viagem ao passado genebrino esta visita à Casa Tavel. De graça, melhor ainda, porque Genebra é mesmo uma cidade muuuuuuiiiito cara!!! rsrs
Uaua, que passeio incrível! Eu adoro visitar essas casas museu, ainda mais uma com 8 séculos de história! Ela é muito mais antiga do que o Brasil colonizado… que loucura!
oi Gabi… muito bem colocado. Ela é mais antiga do que o tempo que começamos a contar nossa história por aqui. Impressionante, não?! 🙂 bjinhos
Nossa, que legal! Amo visitar esses lugares e ficar imaginando o que já viveram em todo esse tempo. Ótima dica!
oi Katarina… eu também frequentemente penso nisto quando visito lugares tão antigos: quantas vidas antes de nós passaram por ali! Dores e amores, sorrisos e tristezas…
Eu ADORO conhecer lugares antigos e históricos, especialmente casas! É incrível entrar nesses lugares e imaginar tudo que já aconteceu ali dentro, né?
Sim. Eu sempre penso em vidas quando estou nestes lugares tão antigos! Como terá sido a vida das pessoas que habitaram aquele local?! Para mim é quase como ler um bom livro! 🙂 bjus
que demais, eu sempre imagino como devia ser a vida naqueles tempos e a movimentação na casa, como era usado cada comodo…sempre uma forma de ver diferente a cidade
Bem isso Angie… uma forma diferente de ver a cidade! 🙂 bjs