Continuamos nossas andanças pelo Cais da Ribeira, chegando até a Praça da Ribeira. Na era medieval, aqui funcionava um mercado e somente no século XVIII transformou-se no esboço do que vemos atualmente.
As casas do lado esquerdo datam dessa época, assim como a fonte que fica ao fundo da praça, que abriga São João Batista, e fica escondida pelos sombreiros e cadeiras dos restaurantes que tomam conta de boa parte do espaço.
Remonta também dessa época a abertura da rua São João, sobre o Rio da Vila, ligando então zonas alta e baixa da cidade do Porto. Foi somente no século XIX que a Muralha Fernandina, finalizada no século XIV, que limitava o lado sul da praça, foi demolida.
Pelas ruas da Ribeira

A Rua de Baixo

As vielas do Porto

Largo do Padre Américo

Pelas ruas do Porto

Rua de São Francisco de Borja
Subimos a Praça da Ribeira para ver a fonte e escultura de São João Batista mais de perto, observando-as apenas por uns instantes. Pegamos então a Rua dos Mercadores e logo à direita nos deparamos com uma viela chamada Rua de Baixo.
Ela me chamou e eu atendi. Entrei, pois queria descobrir o que essa ruela escondia. Encontrei um emaranhado de pequenas ruas de justo espaço, um labirinto margeado por casas penduradas nos morros, com variadas e alegres matizes de cores.
Escondido, estava o Largo do Padre Américo, com bancos de madeira e sossego entranhado em seu piso de pedra e ausência de transeuntes, exceto a mim, que invadi sem pudor algum aquele espaço.
O aroma naquelas ruas não era dos mais agradáveis. Era alguma coisa misturada, de cheiro forte, como água sanitária com algum odor de plantas, uma mistura confusa para o meu olfato.
Além de mim, andarilhando pelos becos, só havia uma menina, de máquina fotográfica na mão, perdida em sua própria contemplação. Observei janelas e portas de alturas diferentes e as casas eram tão próximas que se miravam olho no olho. Como devia ser morar naquela região, me perguntava enquanto subia e descia por aquele enredo embaraçado.
Se Léo não tivesse ido me buscar e me tirado de meu devaneio, não sei por quanto tempo mais eu teria ficado por ali e fatalmente teria me perdido, uma vez que fui fabricada sem GPS.
Descemos pela Rua de São Francisco de Borja, olhando as roupas penduradas na fachada imaginando se ninguém as roubava, chegando novamente à Rua dos Mercadores, voltando para a Praça da Ribeira.
O Postigo do Carvão

Postigo do Carvão

Casario do Cais da Ribeira
Atravessamos novamente a Praça da Ribeira e chegamos até o Postigo do Carvão, a única das 18 portas de acesso à cidade do Porto, através da Muralha Fernandina, que nesse ponto chama-se Muro da Ribeira, que sobreviveu ao passar dos séculos e do progresso.
Apesar de se manter semelhante em toda a extensão do cais que nós percorremos, as casas amontoadas no morro neste pedaço, tem alguma sutil e inexplicável diferença na atmosfera.
No Postigo do Carvão havia uma inscrição gótica de 1386. Essa abertura era a ligação entre o cais e a Rua da Fonte Taurina. Fomos então, em busca de mais esse marco histórico na Ribeira.
A Rua da Fonte Taurina e um café

Rua da Fonte Taurina

Casa Lopes

Inscrições divertidas na parede da Casa Lopes

Senhoras conversam na Rua da Fonte Taurina: cotidiano que se recusa a mudar
A Rua da Fonte Taurina é estreita e sinuosa como uma serpente em movimento, com restaurantes, guest houses e cafeterias. Tudo apertadinho. Ao mesmo tempo, ela mantem certo ar familiar por conta de um cotidiano que parece se recusar a mudar de tom.
Ali, paramos para tomar um café, na Casa Lopes, que existe desde 1940. O lugar tem a mesma fisionomia dos cafés que ainda hoje encontramos no centro de Salvador. Tomamos um café forte e curto no balcão (0,70 cêntimos de euro).
Nas paredes inscrições divertidas e brincadeiras como “Aqui nesta casa faleceu Dr. Fiado”. Além de nós, havia uma dupla de senhores descascando castanhas e uma família grande comendo sardinhas assadas com as mãos, acompanhadas de pão e batata. A sensação que eu tive é que a freguesia da Casa Lopes é antiga e fiel.
O Largo do Terreiro

Largo do Terreiro

Largo do Terreiro com a Rua da Fonte Taurina ao fundo

Largo do Terreiro
A Rua da Fonte Taurina termina (ou começa) no Largo do Terreiro, onde estava situada a Porta da Ribeira, outra das portas de acesso à cidade do Porto pela Muralha Fernandina, destruída em 1821. Ao redor do largo há bonitos casarões.
Porto, principalmente esta área do Cais da Ribeira, cheio de histórias por ser uma das zonas mais antigas da cidade, carrega na alma uma atmosfera descontraída e um forte descompromisso com a beleza clássica e mais pomposa.
Acho que justamente por isso, aos meus olhos, o Cais da Ribeira transborda de poesia, onde os ecos do passado são constantemente entremeados pela energia pulsante do presente. Não à toa essa região, às margens do Douro, besuntou meu coração de puro amor.
Aqui nós tomamos a Rua da Alfândega para continuar explorando o Porto, deixando para trás o rio para descobrir que esta cidade tem muitas fisionomias e personalidades.
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A Praça da Ribeira no Porto, Portugal
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[…] de visitarmos um pretérito mais distante, ali pela área da Ribeira, foi uma delícia olhar para trás, mas identificarmos os elementos então […]
[…] seguimento às nossas andanças pelo Centro Histórico do Porto, deixamos para trás o Cais da Ribeira pela Rua da Alfândega. O nome da rua deve-se ao […]
Lindo texto! Traduz perfeitamente os encantos do Porto!
oi Juliana… obrigada! Fico muito feliz que tenha gostado do texto! Este Porto é mesmo cheio de encantos! 🙂 bj