Colada à majestosa e centenária Avenida dos Aliados, por onde caminhamos lentamente, apreciando toda a sua beleza, está a Praça da Liberdade e o ardina. Ela é considerada por muitos como o coração vibrante do Porto.
Por ser um espaço muito antigo na cidade, registre-se aí século XV, já teve diversos nomes, sendo o atual dado em 1910, em referência ao sistema republicano de governo. Ficava fora da Muralha Fernandina.
Foi nesse século, o XX, que ela passou a integrar o deslumbrante conjunto urbano composto ainda pela Avenida dos Aliados, Praça do General Humberto Delgado e o Paço do Concelho.
A Arquitetura

A Praça da Liberdade

A Praça da Liberdade: ao fundo a Avenida dos Aliados e o Paço do Concelho. Do lado direito, a estátua de Dom Pedro IV.

A Praça da Liberdade: beleza clássica

Escultura de D. Pedro IV
Pulquérrimos prédios emolduram a praça de ambos os lados, como o edifício da Antiga Companhia de Seguros “Nacional”. Há muitos cafés também nas margens da Praça da Liberdade.
Em seu centro, está uma estátua equestre de Dom Pedro IV, o nosso D. Pedro I, fundida com o metal derretido das peças de artilharia do Cerco do Porto. Quando passamos por ela, um grupo de japoneses ouvia atentamente a história contada pela guia.
Estar no Japão e conhecer um pouco mais da história deles foi, para mim, ao mesmo tempo tão estanho, intenso, cheio de descobertas e emocionante, que fico pensando se eles sentem o mesmo quando estão do lado ocidental do planeta conhecendo heróis e personagens que não são seus velhos conhecidos.
Vamos fazer uma breve viagem ao Japão?! Garanto que você vai gostar:
O Palácio das Cardosas e o Ardina

A Praça da Liberdade com o Palácio das Cardosas do lado esquerdo e a Rua dos Clérigos ao fundo

O Ardina
No fim da Praça da Liberdade encontramos o Palácio das Cardosas, prédio grandioso erigido no século XIX, antigo Convento de Loios, cujos frades aproveitaram a demolição da Muralha Fernandina para alargar sua fachada. Hoje abriga um hotel.
À esquerda da praça, para quem está de frente para o Palácio das Cardosas, está a figura do Ardina, o homem que vende jornais, e que me pareceu muito apropriado estar ali, a anunciar aos gritos as novidades, nesse espaço de tanta efervescência de ideias e ideais da cidade. Para mim, esse personagem é um clássico.
A Rua dos Clérigos e A Vida Portuguesa

Rua dos Clérigos com a Igreja e Torre ao fundo

Rua dos Clérigos: Igreja e Torre ao fundo

Vida Portuguesa
Seguimos então pela Rua dos Clérigos, enladeirada, repleta de lojas dos dois lados, muitas delas de cunho religioso, de onde temos bela vista da Torre e Igreja dos Clérigos.
Entramos em seguida na Rua das Carmelitas onde fomos conhecer a Fábrica e Armazém Carmelitas, Fernandes, Mattos & Companhia, fundada em fins do século XIX, onde hoje funciona a loja A Vida Portuguesa.
O que primeiro chama a atenção é a belíssima casa onde ela funciona: espaços amplos que permitem a entrada suave da luz natural, estantes e largas mesas de madeira, assim como o chão, que pesam deliciosamente o ambiente.
Sabia que é possível subir a Torre dos Clérigos e visitar a linda Igreja?! Veja como:
A Vida Portuguesa

A Vida Portuguesa

A Vida Portuguesa
Lustres, portas vermelhas, colunatas em ferro e uma escadaria escandalosa terminam de compor o ambiente. Ao longo de dois andares todo tipo de produto legitimamente português, não exatamente barato, e com forte pegada retrô, está espalhado nos dois andares.
A variedade é fantástica: um deleite para os olhos e mãos passear pela vida portuguesa das antigas, através de placas iradas, latas e canecas, ganchos, brinquedos, relógios, itens de papelaria, chaveiros e porta-copos, além de artigos de perfumaria. O som ambiente que inundava todos os poros daquele magnífico lugar era claro, o fado.
Ficamos um bom tempo ali xeretando todos os objetos, querendo tudo e ao mesmo tempo não desejando ter nada. No final, compramos apenas um marcador de páginas magnético, com o simbólico galo português. Seguimos em frente em nossa exploração pelo Porto.
Desde que saímos do hotel, mais cedo naquela manhã, que tentávamos chegar ao centro do Porto para tomarmos o café da manhã, mas esta cidade é tão rica e cheia de detalhes, que a manhã avançava rapidamente, a fome aumentava, mas a gente não conseguia se desvencilhar da enorme vontade de conhecer a intimidade desta bela cidade.
A nossa manhã no Porto começou lindamente e bem aqui:
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[…] cedo naquela manhã, tínhamos como objetivo tomar café da manhã no centro da cidade. Deixamos a Vida Portuguesa para trás e voltamos a […]