Acessamos a Ponte Luíz I, ou a Ponte de Dom Luís I, como é comumente conhecida, através da atraente Avenida Vímara Peres com seus belos casarões cheios de estilo e personalidade forte. O dia seguia frio, com céu azul, algum vento e movimento de turistas e tripeiros atravessando a ponte.
Enquanto eles iam e vinham nós ficávamos por ali, com a vã ilusão de que conseguiríamos absorver todos os detalhes da vista magnífica que a Luís I nos proporciona, tanto do Porto quanto de Vila Nova de Gaia.

A Muralha Fernandina vista da Ponte de Luís I

A Ponte de Dom Luís I

A Muralha Fernandina, o Funicular dos Guindais e os Telhados do Porto
O primeiro item que avistamos quando chegamos à cabeceira da ponte foi a Muralha Fernandina, ou o que restou dela. Finalizada no reinado de D. Fernando, no século XIV, foi construída a pedido da nova burguesia que apareceu impulsionando a economia e prosperidade da cidade, reflexo das atividades marítimas e comerciais, porque suas casas estavam fora da antiga muralha, deixando-os desprotegidos.
A Muralha Fernandina começou a vir abaixo por conta da necessidade urbanística do Porto de abrir novas ruas e avenidas, de levantar novos edifícios e construir praças, por causa do crescimento populacional e por ter perdido sua função militar. Isso aconteceu já no século XVIII.
Atualmente, esse pequeno pedaço sobrevivente corre paralelo à ponte e nos dá uma ideia de como era sua estrutura: curvilínea para acompanhar a geografia da cidade e com torres ao longo de sua extensão.
- A Ponte de Dom Luís I e a Muralha Fernandina
- Toda a exuberância da Ponte de Dom Luís I
- Na Ponte de D. Luís I só passam pedestres e o metrô

A Ponte de D. Luís I
- Na Ponte Luiz I: Porto à direita e V. N. de Gaia à direita
- V. N. Gaia à direita e Porto à esquerda
Entramos na Ponte que foi erigida em fins do século XIX por um aluno de Gustave Eiffel. Ela é dividida em parte superior e inferior, sendo que na superior só é permitida a passagem do metrô e de transeuntes enquanto que na inferior passam carros e pessoas.
A construção da Ponte de D. Luís I teve um impacto significativo na vida dos habitantes do Porto e de Gaia por ter facilitado a travessia entre as duas cidades que era feita, até então, através de barcos amarrados uns aos outros, por um rio Douro mais rebelde do que é hoje.
Por não passar carros, cujo barulho dos motores e buzinas costumam sufocar todos os outros, podíamos ouvir outros sons, enquanto caminhávamos lentamente pela parte superior da ponte: os passos das pessoas, as conversas em diversos idiomas e acentos, os risos, o ruído suave do Douro e outras e indistintas melodias das cidades, que vinham de longe.
A ponte é extraordinária, onde seu desenho curvo e moderno contrasta com a secura do ferro. Ela é um dos cartões postais do Porto. Além disso, a ponte é um miradouro de muito valor.
Dela podemos ver os relevos e estruturas das duas cidades, que se miram através do rio. Preciso confessar que achei Porto uma cidade muito mais encantadora e magnífica do que Vila Nova de Gaia.

A parte superior da ponte de Dom Luís I
- À esquerda está Porto e à direita Vila Nova de Gaia

Porto com um pedaço da muralha Fernandina à esquerda e o funicular dos Guindais que liga a parte alta à parte baixa do Porto.

Vila Nova de Gaia do outro lado da ponte Dom Luís I

A beleza do Porto – essa parte lembra sobremaneira Salvador na área próxima ao Elevador Lacerda
- Barcos que navegam o Douro
- Os rabelos ancorados em Vila Nova de Gaia
Levamos quase 1 hora para atravessarmos os menos de 400 metros da ponte de Dom Luís I, que leva esse nome em homenagem ao rei de Portugal e Algarves entre 1861 e 1889, quando morreu.
Ele faleceu mais ou menos 1 mês antes de proclamarmos a República no Brasil, não assistindo portanto essa mudança no cenário político brasileiro. Assistiu, entretanto, a libertação de nossos escravos, no ano anterior.
Era conhecido como “o Popular” e investiu na cultura portuguesa e em projetos científicos. Era considerado um homem das ciências. Gostava de escrever e desenhar. A ponte foi concluída no penúltimo ano de seu reinado.
Seguimos até Vila Nova de Gaia, observando o deslocamento dos diversos barcos que navegam pelo Douro, olhando a estrutura charmosamente inclinada do Porto, a orla de Vila Nova de Gaia e os rabelos (barcos que transportavam o vinho do Porto) ancorados como parte indissociável da paisagem, além do teleférico subindo e descendo.

Rua Cassino da Ponte – em direção à parte inferior da ponte Dom Luís I
- A Ponte Dom Luís I e Porto sob nova perspectiva
- Cartão Postal do Porto
- Porto – beleza para todo lado
- Recorte do Porto com a Muralha Fernandina

Continuamos descendo
- A ponte sob outro ângulo
- Parte inferior da Ponte de D. Luís I
- Ponte de Dom Luís I
- Parte inferior da Ponte de Dom Luís I
Depois de gastarmos algum tempo em Gaia, resolvemos seguir para o Cais da Ribeira atravessando a Ponte de D. Luís I por baixo.
Entramos na Rua do Cassino da Ponte, logo abaixo do Mosteiro da Serra de Pilar e descemos uma ladeira, onde víamos Porto ir mudando de perspectiva, nos dando novos detalhes dessa bela cidade, que de qualquer ângulo estava se mostrando interessante.
A passagem de pedestres por baixo é estreita e às vezes pode causar um engarrafamento, mas nada que comprometa a nossa caminhada por essa parte da ponte.
Chegamos então aos pés do Douro. Essa viagem eu conto logo, logo, em outro texto.
[…] Por ser um espaço muito antigo na cidade, registre-se aí século XV, já teve diversos nomes, sendo o atual dado em 1910, em referência ao sistema republicano de governo. Ficava fora da Muralha Fernandina. […]
[…] cidade, que hoje abriga o Centro Português de Fotografia. Esse espaço ficava fora das Muralhas Fernandinas e muito, muito tempo atrás era coberto de […]
[…] A Ponte de D. Luís I […]
[…] de ver Porto do alto, através da Ponte de Dom Luís I e do pátio do Mosteiro da Serra de Pilar, onde tivemos vistas magníficas, percebemos que este […]